Autopeças demitem 50 mil em dois anos

17/05/2016 10:21

[Automotive Business] Autopeças demitem 50 mil em dois anos

Após perder um quarto da força de trabalho, empresas buscam estabilidade

Afetada diretamente pela a crise econômica que derrubou a produção de veículos no País, a indústria nacional de autopeças já demitiu mais de 50 mil trabalhadores nos últimos dois anos e assim perdeu cerca de um quarto de sua força de trabalho. Foram 19 mil demissões somente em 2014, o maior número de desligamentos desde 1998, que fizeram o setor encerrar o ano com o menor contingente desde 2009. Mas 2015 foi ainda pior, somando outros 30 mil cortes. Com o aprofundamento da queda das vendas, reduções adicionais de pessoal são esperadas este ano e podem fazer o total de empregados nos fornecedores de componentes cair abaixo das 170 mil pessoas pela primeira vez nesta década. Este resumo da situação crítica do emprego nas fábricas do segmento foi apresentado por Fernando Tourinho, diretor de recursos humanos da Bosch, que coordenou o painel de diretores de RH das empresas de autopeças durante o IV Fórum de RH na Industria Automobilística, realizado por Automotive Business na segunda-feira, 16, em São Paulo. “Não existe mais estabilidade, os planos mudam a cada semana. Ao mesmo tempo acontece uma escalada geral dos custos que pressiona as empresas, como aumento de matérias-primas cotadas em dólar, reajustes salariais e de benefícios como planos de saúde”, destacou Tourinho, acrescentando que o setor precisa agora de mais mecanismos de flexibilização da produção para evitar demissões. “Houve avanços na legislação, como a criação do PPE (Programa de Proteção ao Emprego) que sequer existia um ano atrás, mas existem muitas limitações e dificuldades para adotar o programa, que hoje parece insuficiente diante do cenário de incerteza atual”, disse.  ()